O lago de múltiplo uso para proteção ambiental, tecnologia adaptada e disseminada pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), é um dos finalistas da edição 2005 do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Ele foi uma das 40 iniciativas classificadas para a fase final da premiação e concorre na categoria "água". Antes, o lago de múltiplo uso estava entre as 105 tecnologias sociais certificadas pela FBB (Fundação Banco do Brasil).

A possibilidade de utilização do lago é ampla. Em Sete Lagoas, por exemplo, ele é usado em hortas comunitárias que ficam em bairros da periferia da cidade. O lago também pode ser usado para tratamento de dejetos de frigoríficos, contribuindo para a conservação de cursos d'água. Além disso, a tecnologia pode ser aplicada em empreendimentos rurais, como pesque-pagues, sítios e chácaras.

O engenheiro agrônomo Luciano Cordoval de Barros é o responsável pela tecnologia do lago de múltiplo uso na Embrapa Milho e Sorgo, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ele conta que o alcance dos benefícios do lago "é uma coisa fantástica. Todo mundo ganha: a Embrapa ganha, as comunidades ganham".

Responsável também pelas barraginhas, outra tecnologia certificada como social pela FBB, Luciano diz que costuma realizar treinamentos em conjunto tanto para uma como para outra tecnologia. Assim, o lago de múltiplo uso e as barraginhas seguem lado a lado, cada qual contribuindo de sua maneira para a preservação ambiental e para a redução de desigualdades sociais. Luciano se diz satisfeito por, através de seu trabalho, ajudar a mudar a realidade de comunidades rurais brasileiras, que muitas vezes vivem situações de pobreza e degradação.

Para ficar entre as 40 finalistas, o lago de múltiplo uso passou pela seleção feita por uma comissão que avaliou os resultados quantitativos e qualitativos, o mérito e a efetividade. Agora, para se chegar às oito tecnologias vencedoras, valerá o trabalho de outra comissão julgadora composta por 11 membros representantes das áreas privada, governamental e não-governamental, além da Petrobras, da Unesco e da FBB. Cada uma das oito tecnologias vencedoras receberá R$ 50.000,00 como prêmio.

A edição de 2005 é a terceira do prêmio, que acontece a cada dois anos. O objetivo é identificar tecnologias que tenham relevante alcance social e possam compor o banco de tecnologias sociais da FBB. Nesse banco, estão as tecnologias certificadas como sociais através do prêmio. Além do lago de múltiplo uso, a Embrapa concorre na final do prêmio com outras quatro tecnologias.

Clenio Araujo (MG 06.279 JP)
Jornalista da Embrapa Milho e Sorgo
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