Na última safra, foram produzidas em todo o país mais de 14,7 milhões de toneladas de milho safrinha. Para a safra 2008, a previsão feita em novembro pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é de que esse número caia um pouco, mas continue maior que 14,5 milhões de toneladas. Já se foi o tempo em que a safrinha, no caso do milho, era considerada uma safra menor ou até marginal. Hoje ela é vista por muitos produtores, sobretudo das regiões Centro-Oeste e Sul do Brasil, como uma segunda safra. Oportunidade para se obter ganhos financeiros, assim como na primeira e mais tradicional safra.

Em 2007, a produção do safrinha foi maior que 40% da produção do milho na safra normal. Para a próxima safra, ainda de acordo com a Conab, essa proporção cairá um pouco (para mais de 38%), mas continuará relevante. Para discutir melhor as oportunidades e as possibilidades oferecidas por essa cultura, acontecerá em Dourados-MS o IX Seminário Nacional de Milho Safrinha. O evento, marcado para o período entre 26 e 28 de novembro, deverá reunir mais de 250 participantes, entre pesquisadores, professores, extensionistas e outros profissionais ligados ao agronegócio.

"Consolidado como uma nova modalidade de cultivo em pequenas, médias e grandes propriedades, o milho safrinha rompe conceitos ortodoxos da sociedade por apresentar características próprias nas condições em que é cultivado. O cultivo de milho safrinha viabilizou o sistema de plantio direto na sucessão com soja e, hoje, o seu cultivo em consórcio com braquiária proporciona cobertura do solo necessária para estabilidade da sucessão", explica Gessi Ceccon, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS) e presidente da comissão organizadora do seminário.

A instituição promotora do evento é a ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo). De acordo com seu presidente Paulo César Magalhães, que também é pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), "o seminário está tomando uma importância muito grande, acompanhando a produção na safrinha. Devido à importância da safrinha para o Brasil, provavelmente dentro de pouco tempo o seminário tomará a forma de um congresso". Ele lembra que a entidade promove, a cada ano, um grande evento técnico-científico, intercalando o já tradicional Congresso Nacional de Milho e Sorgo ao Seminário de Milho Safrinha. Para 2008, por exemplo, está marcada para a cidade de Londrina-PR a 27ª edição do congresso.

Gessi explica que o seminário de Dourados, que acontecerá na sede do Sindicato Rural da cidade, "tem como tema central a estabilidade produtiva, através da discussão de assuntos de importância para a cultura, como a logística de transporte e armazenamento de grãos, os sistemas estáveis de produção, os parâmetros de sanidade e qualidade de grãos". Foram aprovados 45 trabalhos técnico-científicos para a sessão de pôsteres. Entre os temas das palestras, estão as expectativas para o milho safrinha na economia global, os sistemas regionais predominantes de cultivo, a biotecnologia e o desenvolvimento do milho em condições de safrinha e a produção de milho safrinha com integração lavoura-pecuária.

Além da ABMS como promotora, o seminário tem como realizadora a Embrapa Agropecuária Oeste. A Embrapa Milho e Sorgo, a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), a AEA-Gran (Associação dos Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados), a AEA-MS (Associação dos Engenheiros Agrônomos de Mato Grosso do Sul), o GPP (Grupo Plantio na Palha) de Dourados, o Sindicato Rural da cidade e a Fundação MS são parceiras no evento, que terá ainda o apoio de empresas privadas sementeiras e de outras instituições. No endereço eletrônico www.cpao.embrapa.br/milhosafrinha há mais informações, que também podem ser conseguidas pelo e-mail milhosafrinha@cpao.embrapa.br ou pelo telefone (67) 3425-5122, ramal 153. A programação está disponível em http://www.cpao.embrapa.br/milhosafrinha/folder.pdf.

Clenio Araujo
Jornalista da Embrapa Milho e Sorgo
Contatos: clenio@cnpms.embrapa.br / (31) 3779-1172 / (31) 9974-3282