A conciliação entre o desenvolvimento socioeconômico e a preservação do meio ambiente constitui, hoje, o maior desafio para a ciência e para o homem. A produção de alimentos seguros e de agroenergia deve nortear as principais linhas de pesquisa e desenvolvimento das “commodities” agrícolas de grande demanda e largamente cultivadas. Portanto, o milho, o sorgo e o milheto constituem-se em culturas estratégicas no elenco de alternativas disponíveis à sociedade. A produção de proteína animal é altamente dependente do milho e o sorgo é um excelente substituto em vários segmentos da cadeia produtiva, inclusive na produção de agroenergia. Já o milheto é, hoje, uma das principais espécies utilizadas como cobertura no sistema de plantio direto, prática em franca adoção no Brasil. O grão do milheto pode ainda ser utilizado tanto na alimentação animal como para a produção de energia.
Nas últimas décadas, houve uma mudança expressiva no cenário agrícola, principalmente no sistema de produção de grãos como, por exemplo, o milho, o sorgo e o milheto. O milho deixou de ser uma cultura de subsistência e praticada principalmente por pequenos produtores e passou a ser uma “commoditie” de destaque no mercado interno e para exportação. Adicionalmente houve uma mudança significativa nos sistemas de produção de grãos. Além de receberem maiores investimentos em insumos e mecanização, passaram a ser cultivados, predominantemente, em extensas áreas no sistema de plantio direto. Em várias regiões, tanto o milho quanto o sorgo passaram a ser cultivados em sistema de rotação ou em sucessão à soja (safrinha). O milheto, que era pouco conhecido, passou a ser uma das principais espécies utilizadas como cultura de cobertura no sistema de plantio direto.
Assim, o milho, que tinha poucos problemas com insetos-praga e doenças, passou a ter nesses fatores um de seus principais entraves. O complexo de pragas do sorgo mudou significativamente e, no Brasil, pouco se conhece sobre os problemas fitossanitários do milheto.
Finalmente, os esforços desenvolvidos pela equipe do Núcleo de Pesquisa em Fitossanidade da Embrapa Milho e Sorgo visam à redução das perdas causadas por insetos-praga, doenças, plantas daninhas e nematóides. São observados aspectos como a produtividade das plantas e a qualidade dos produtos, priorizando a redução do impacto ambiental causado pelos métodos de controle e a produção de alimentos seguros. O manejo adequado de pragas no agroecossistema constitui em um dos principais componentes das Boas Práticas Agrícolas, com implicações diretas tanto no mercado nacional como no internacional, podendo até serem utilizadas como barreiras alfandegárias. Os resultados até então gerados pela equipe têm contribuído de forma decisiva na melhoria do manejo fitossanitário, tanto na cultura do milho, como na do sorgo.
Rodrigo Veras da Costa
Gestor
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Apresentação