Na última sexta-feira, 4 de abril, aconteceu na Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) dia de campo sobre ILP (integração lavoura-pecuária). Com foco em produção de grãos, foi o segundo evento neste ano na área experimental da Empresa sobre o tema. A intenção é continuar a promover, periodicamente, eventos para divulgação e transferência de tecnologia sobre ILP.

O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo, Jason de Oliveira Duarte, citou a importância da integração lavoura-pecuária, lembrando que há no Brasil grandes áreas que poderiam, mas não utilizam ILP. Segundo ele, é preciso que os sistemas agrícolas de produção sejam tanto mais eficientes, como mais ambientalmente corretos.

Wilson Rosa, coordenador técnico estadual de culturas da Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), lembrou que, mesmo em anos atípicos com relação a clima, como está sendo 2014, é possível que o produtor obtenha renda em sua propriedade. Neste sentido, uma boa opção é implantar a integração lavoura-pecuária na área de maneira planejada e profissional.

Já Maria Celuta Machado Viana, coordenadora de Transferência e Difusão de Tecnologia da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) em Prudente de Morais, reforçou as parcerias em torno do assunto e disse que a ILP tem contribuído para manter o produtor rural no campo.

Estações técnicas

O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Miguel Gontijo reforçou que a integração lavoura-pecuária não é uma tecnologia, mas estratégias para adoção de tecnologias. Ele lembrou que é melhor que haja aumento de renda na área do produtor do que a abertura de novas áreas para exploração agropecuária.

Miguel explicou que a área experimental da Embrapa sobre ILP foi implantada na safra 2005/2006 e é composta por quatro piquetes com seis hectares cada. Neles, são rotacionadas (plantadas em sistema de rodízio) quatro culturas agrícolas, sendo que a ideia é simular uma propriedade rural.

Um ponto ressaltado pelo pesquisador foi em relação à fertilidade do solo na área, que foi construída ao longo das nove safras. Ainda de acordo com Miguel, mesmo a área na Embrapa sendo voltada para gado de corte, a ILP também funciona em propriedades que trabalham com gado de leite. Como ponto mais importante na integração, ele citou o planejamento das atividades por parte do produtor, tanto a curto, como a médio e a longo prazos.

Aurélio Lopes Filho, da empresa Suporte Rural, falou sobre custos de produção de milho na safra 2013/2014. Num dos piquetes da área experimental da Embrapa, o custo de produção de grãos de milho ficou em R$ 1.862,79 por hectare. A produtividade de 111 sacas por hectare gerou uma receita bruta média de R$ 3.108,00, dando, portanto, uma receita líquida média de R$ 1.245,21 por hectare.

O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Ramon Costa Alvarenga falou sobre produção de grãos dentro da ILP, lembrando que é possível essa produção para formar a ração dentro da propriedade. Segundo ele, o "segredo" para que, no meio do ano, a pastagem fique verde é o solo, com a fertilidade sendo a base do sistema. Ramon citou a possibilidade do uso de sorgo para silagem na região de Sete Lagoas.

Já Celuta, que é pesquisadora da Epamig, lembrou a importância de o produtor escolher bem a forrageira que será usada e disse que, em geral, o melhor sistema é o que envolve milho e braquiária, que o produtor está acostumado a manejar. Outro ponto levantado por ela é com relação à qualidade da semente a ser plantada.

O dia de campo foi mais uma atividade da Embrapa Milho e Sorgo em parceria com instituições da região de Sete Lagoas, como a Epamig em Prudente de Morais, a Emater-MG e a Coopersete (Cooperativa Regional de Produtores Rurais de Sete Lagoas). Ainda no primeiro semestre, deverá ser organizado outro evento para mostrar resultados da integração lavoura-pecuária na área experimental da Empresa.

Clenio Araujo (6279/MG)
Equipe de Comunicação da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)
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