A programação científica do Núcleo está distribuída em três plataformas:
Plataforma 1 – Análise de riscos e alerta fitossanitário
A incidência de insetos-praga, doenças e plantas daninhas responsáveis por perdas na produção é resultado da interação das cultivares utilizadas e do manejo cultural com o meio ambiente, muito afetado pelas condições edafoclimáticas. Portanto, o entendimento dessas interações através de observações e testes de hipóteses deverá nortear a formulação dos projetos nessa plataforma para gerar bancos de dados que suportem previsões de ocorrências, danos, prejuízos e controles que serão realizados em um sistema de alerta fitossanitário. Para tanto, o foco da pesquisa contemplará as seguintes linhas:
- Mapas de risco para doenças, insetos-praga e plantas daninhas e identificação de fatores determinantes de surtos e epidemias.
- Mapas de risco para a lagarta-do-cartucho, pragas de grãos armazenados e plantas daninhas resistentes à defensivos agrícolas.
- Redes e sistemas de alerta fitossanitário por meio eletrônico, banco de dados e clínica fitossanitária na Embrapa Milho e Sorgo para atendimento ao alerta fitossanitário.
- Padrões de tolerância para patógenos em sementes.
- Análises de risco da ocorrência de micotoxinas e rastreabilidade na cadeia produtiva de grãos.
Plataforma 2 – Manejo integrado de insetos-praga
Para a plena implementação dos conceitos do Manejo Integrado de Pragas (MIP – Insetos) nos sistemas de produção envolvendo as culturas do milho e do sorgo existem algumas lacunas que esta proposta procurará contemplar, utilizando análises e dados oriundos da Plataforma 1 e de estudos complementares de biologia, ecologia e alternativas de controle. Assim, haverá necessidade de estratificar os sistemas de produção por região, épocas de plantio e nível tecnológico dos produtores. Em cada estrato (regiões mais ou menos homogêneas) devem-se eleger as espécies-alvo e ajustar as estratégias compatíveis para manejar o respectivo complexo das pragas-alvo, contemplando as seguintes linhas de pesquisa:
- Métodos de amostragem e de monitoramento para manejo de pragas.
- Níveis de danos econômicos para insetos-praga.
- Eficácia e a seletividade de inseticidas químicos.
- Métodos de produção de inimigos naturais dos insetos-praga.
- Bioinseticidas e inseticidas naturais.
Plataforma 3 – Manejo integrado de doenças
Considerando que a resistência genética tem sido a principal estratégia de controle das principais doenças na cultura do milho, do sorgo e do milheto, esta plataforma deve estar intimamente associada aos programas de melhoramento genético para a geração de cultivares e ao Banco Ativo de Germoplasma (BAG) para prospecção de novas fontes de resistência. Evidentemente, a recomendação de cultivares em função de uma boa análise de riscos com base no zoneamento agroecológico, associada a estratégias de controle cultural e manejo da resistência, garantirá o sucesso do manejo das principais doenças na cultura do milho. Adicionalmente, devem-se manter avaliações de princípios ativos para serem usados em condições emergenciais, nos casos de falha da proposta padrão, e, também, associar o controle de vetor nos casos das doenças causadas por vírus e molicutes. Assim, estão contempladas as seguintes linhas de pesquisa:
- Etiologia e dinâmica populacional de patógenos.
- Manejo da resistência genética.
- Controle químico de patógenos e viabilidade econômica.
- Manejo cultural de doenças.
- Prospecção e avaliação de microrganismos para controle biológico de patógenos.
Plataforma 4 – Manejo integrado de plantas daninhas
Para manejo de plantas daninhas no agroecossistema, com o advento do plantio direto e da agricultura orgânica, em alternativa ao plantio convencional, três paradigmas estão sendo consolidados. No sistema convencional, o controle mecânico inicial feito através do preparo do solo, dependendo do nível tecnológico, pode estar associado ou não ao controle químico. Por outro lado, o sistema de plantio direto requer o uso de herbicida e jamais que aconteça revolvimento do solo por controle mecânico. E, finalmente, no sistema orgânico não se admite o controle químico. Assim, o manejo de plantas daninhas demanda a combinação de estratégias diferenciadas, em função do sistema de cultivo adotado pelo produtor, e, na prática, cada sistema requer informações específicas sobre vários aspectos da interação da planta daninha e agroecossistema, envolvendo além do monitoramento, contemplando as seguintes linhas de pesquisa:
- Eficácia, seletividade e dinâmica de herbicidas.
- Impacto de herbicidas no ambiente.
- Biologia, ecologia e dinâmica de plantas daninhas.
- Métodos alternativos de manejo de plantas daninhas.
|